sábado, 26 de março de 2011

• Caminhos da vida

Não sabia que chegaria tão depressa, a vida passou num piscar de olhos, foi quase que imperceptível.
Nunca me imaginei pesada demais para sentar no colo do papai, ou independente demais o suficiente para largar a barra da saia da mamãe.
Nunca me imaginei indo a praia e não sentir vontade de mergulhar naquelas ondas convidativas de um dia quente de verão.
Nunca me imaginei sem ir para escola ou dizer que as notas baixas foram culpa da professora. Nem de ter constrangimento ao comer gorduras e colesterol.
Nunca imaginei minha vida sem ele, sem os nossos filhos.
Aquele dia foi um dos mais felizes, a Renatinha estava se formando e eu comecei a entender que não podia mais colocá-la no colo e fazer maria-chiquinha em seus cabelos. Filhos são como borboletas, nós somos o casulo.
Queria dizer aos meus velhos amigos que me sinto incompleta sem eles, sem as palavras e que as vezes eu choro quando lembro que um dia estávamos de mãos dadas.
Minhas mãos tremem quando atendo o telefone, minha pele não volta mais imediatamente quando se é esticada, já sou chamada de vovó.
E quando imagino que vivi tudo isso, alegro-me, e em apenas um piscar de olhos imagino tudo novamente, porque o que vale realmente é saber que a vida não passou por nós, mas nós passamos por ela.

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